Era Diniz e Pré Copa América: seleção preocupa após jogos das Eliminatórias
Rendimento baixo garantiu só 7 pontos em 6 jogos
Eduardo Forigo – Rádio Difusora Mais FM
Após 6 jogos, a Era Diniz se “encerra” com 3 convocações, 10 novidades no time, novo estilo de jogo e um desempenho muito ruim, culminando em apenas 2 vitórias, 1 empate e 3 derrotas.
A expectativa para a chegada de Fernando Diniz era grande, declarado por muitos especialistas o estilo de jogo mais ofensivo e de maior qualidade entre os técnicos atuantes do futebol brasileiro. Porém, era claro que não seria fácil recuperar o futebol da seleção e ainda deixar em boas condições para uma possível chegada do treinador Carlo Ancelotti, que neste momento já não é clara a sua chegada, tendo em vista uma alta chance de renovação de contrato com o Real Madrid.
O torcedor pedia por mudanças, novo estilo de jogo, renovação dos jogadores convocados e a busca pela retomada da grandeza da seleção. Diniz até entregou muito que se pedia, porém faltou vencer os jogos que disputou, conseguindo apenas ganhar de Bolívia e Peru. Empatar com a Venezuela e perder para Colômbia, Uruguai e a rival Argentina. Com atuações fraquíssimas e sem repertório em momentos decisivos contra os grandes que enfrentou, que resultou na 6° colocação e apenas 7 pontos nas eliminatórias até o momento.
A canarinho apresentou muitas falhas defensivas, com 7 gols sofridos, meio de campo com pouca intensidade e marcação, além de um ataque com poucos gols, apenas 8 marcados, sendo 5 desses contra a Bolívia, junto da falta do individualismo de grandes jogadores.
A “renovação” foi uma das coisas que Diniz tentou a implementação, no total foram convocados 38 jogadores diferentes e 10 que não eram convocados anteriormente.
Confira todos os convocados e a quantidade de jogos de cada um:
Goleiros: Alisson (2), Ederson (4), Lucas Perri (0), Bento (0).
Laterais: Danilo (3), Vanderson (1), Yan Couto (2), Emerson Royal (2), Renan Lodi (3), Caio Henrique (1), Carlos Augusto (2), Guilherme Arana (2).
Zagueiros: Marquinhos: (6), Gabriel Magalhães (6), Nino (1), Bremer (0), Ibañez (1).
Meio-campo: Bruno Guimarães (6), Casemiro (4), André (3), Joelinton (3), Raphael Veiga (3), Gerson (1), Douglas Luiz (2).
Atacantes: Neymar (4), Rodrygo (6), Richarlison (4), Gabriel Martinelli (3), Matheus Cunha (3), Raphinha (4), Gabriel Jesus (5), Vinicius Júnior (3), Antony (Cortado), David Neres (1), Endrick (2), João Pedro (1), Paulinho (1), Pepê (1).
Muitos desses nomes foram poucos aproveitados, jogando poucos minutos, entrando fora de suas posições de origem. Resumindo, a renovação não foi bem feita, mantendo uma base parecida do time titular utilizado por Tite.
Mais testes poderiam ter sido feitos, a insistência em laterais fracos foi a maior crítica desses jogos, além de uma dupla de zaga que falhou em muitos momentos e nem se quer o zagueiro Bremer foi testado diante desses 6 jogos.
Meio de campo se manteve com o capitão Casemiro e após sua lesão a entrada de André, que não foi brilhante, nem ele nem Bruno Guimarães.
O ataque muitos tiveram chances, Rodrygo foi o mais utilizado e foi bem em alguns momentos, Neymar ficou de fora da última convocação por lesão, porem quando jogou não foi o jogador que esperávamos. Vinicius Junior e Martinelli foram bem, principalmente o ponta do Arsenal. Já Raphinha não fez boas atuações.
Os centroavantes foram as decepções, os 5 convocados para a posição, nenhum marcou gol, Gabriel Jesus foi quem teve mais oportunidades e até que foi bem em alguns jogos, Richarlison e Matheus Cunha foram chamados e o desempenho foi o esperado, atuações fracas e que nem merecem convocações futuras. João Pedro e Endrick foram os que menos atuaram, o atacante do Brighton entrou contra a Colômbia e nada fez, Endrick jogou contra Colômbia e Argentina, porém com poucos minutos e na fogueira, o atacante de 17 anos não teve chances de marcar.
E os esquecíveis David Neres, Paulinho e Pepê, ambos jogaram pouco, o único com potencial de convocação futura é o atacante do Atlético Mineiro.
Enfim, podemos tirar destes 6 jogos, tanto o lado bom, quanto o ruim. O lado bom é a inclusão de novos nomes com potencial, como André, Joelinton, Raphael Veiga, Douglas Luiz, Gabriel Martinelli e Endrick. Podemos destacar um time mais ofensivo, mas com a falta de criação no último terço do campo e a principal parte boa, é o tempo para mudanças, não para a Copa América e sim para a Copa do Mundo, trazer um possível novo treinador, testar diversos nomes e poder corrigir a bagunça feita nestes últimos ciclos.
A parte ruim desta Era Diniz, é a decepção, time muito fraco, com pouco repertório, esquema tático de pouca efetividade, sistema defensivo com muitos erros, convocações equivocadas e manutenção de jogadores que já eram pra não ser convocados por agora, como Emerson Royal, Renan Lodi, Richarlison, Matheus Cunha e Antony. Além dos novos convocados que não precisam voltar tão cedo, como Carlos Augusto, Pepê e David Neres (já convocado em outros momentos). Poucas oportunidades para jogadores que poderiam ser mais utilizados, como Bremer, Joelinton, Raphael Veiga, Douglas Luiz e Endrick.
Dito tudo isso, o saldo é negativo e até demais. Podemos esperar para ano que vem, talvez uma grande melhora, desde o comando da CBF até os jogadores escolhidos, pois tem muita coisa errada e que deve ser corrigida a tempo para que não aconteça outro fiasco na Copa de 2026, tempo hábil tem, falta mudar e entender o que está de errado e principalmente decidir o comando na beira do campo, manterá Diniz? Chegará Ancelotti? Ou teremos outro no comando? Veremos em 2024, ano de mudanças e de Copa América.