Cerca de 42 milhões de pessoas físicas e 3,6 milhões de pessoas jurídicas têm até esta quarta-feira (16) para sacar recursos esquecidos no sistema financeiro. Segundo os dados mais recentes do Sistema de Valores a Receber (SVR) do Banco Central, referentes a agosto, ainda não foram sacados R$ 8,59 bilhões – R$ 6,62 bilhões por pessoas físicas a R$ 1,97 bilhão por empresas.
Na quinta-feira (17), os recursos não sacados serão transferidos para a conta única do Tesouro Nacional, para atender à lei que compensa a prorrogação da desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia e de 156 municípios, aprovada em setembro pelo Congresso. Os R$ 8,56 bilhões comporão os R$ 55 bilhões que entrarão no caixa do governo para custear a extensão do benefício.
O Ministério da Fazenda, informou a Secom, publicará edital no Diário Oficial da União com informações sobre os valores a receber. O recolhimento poderá ser contestado pelos que tiverem direito.
Como sacar
O único site onde é possível fazer a consulta é o site oficial do Sistema de Valores a Receber. Ao abrir a página, o usuário deve clicar em “Consulte valores a receber”, preencher os campos com os dados, clicar em “Consultar” e conferir a existência de valores esquecidos.
Caso haja dinheiro a receber, o usuário deve clicar no botão “Acessar o SVR”. Essa segunda etapa, no entanto, requer conta nível prata ou ouro no Portal Gov.br. Após abrir a nova página, o SVR informará uma data para consultar os valores e os dados para a transferência. Na maioria dos casos, o usuário pode agendar um Pix. Em outros, será necessário entrar em contato com as instituições financeiras nos canais informados pela página do Banco Central.
Na data informada pelo sistema, o usuário deverá acessar novamente o site do SVR, com o login Gov.br. Somente então, será possível pedir a transferência dos valores. Quem perder a data do agendamento terá de entrar novamente na página e pedir nova data para o retorno.
A consulta está aberta a pessoas falecidas e empresas fechadas. O acesso é possível a herdeiro, testamentário, inventariante ou representante legal. Assim como nas consultas a pessoas vivas, o sistema informa a instituição responsável pelo valor e a faixa de valor. Também há mais transparência para quem tem conta conjunta. Se um dos titulares pedir o resgate de um valor esquecido, o outro, ao entrar no sistema, conseguirá ver as informações: como valor, data e CPF de quem fez o pedido.
CUIDADO COM O GOLPE – O Banco Central do Brasil (BCB) lançou em 2022 um sistema para que as pessoas consultem e resgatem valores esquecidos em instituições financeiras. No entanto, esse sistema também tem sido alvo de criminosos, que estão aplicando golpes para roubar as informações pessoais das vítimas.
Como funciona o golpe de “Valores a Receber”, “Resgatar o CPF”, “Retirada de Dinheiro”, “Saldo Disponível Banco Central”?
Neste esquema, a vítima depara-se com uma publicação no Facebook, Instagram ou YouTube, ou recebe uma notificação via WhatsApp ou SMS, simulando ser do BC, indicando a existência de valores passíveis de resgate, como benefícios, herança ou fundos deixados em alguma conta bancária.
Os golpistas demonstram grande destreza; eles empregam inteligência artificial de deepfake, inserindo vozes falsas em vídeos de jornalistas famosos de canais de TV de renome no Brasil, informando que o Banco Central liberará um saldo bloqueado para todos os brasileiros.
A mensagem contém um link que, ao ser clicado, encaminha o usuário para uma página web. Nessa página, um formulário é apresentado, solicitando informações pessoais como nome completo, CPF, RG e chave Pix.
Depois de fornecer os dados, a pessoa é notificada de que há valores para resgate via Pix. O valor geralmente é uniforme para todos, mas é preciso estar atento, pois pode variar com o propósito de confundir as vítimas.
Além dessa tática, os golpistas também podem solicitar o pagamento de um Pix para liberar o “valor esquecido”.
Embora o site utilizado não seja a página oficial do BCB, os estelionatários adotam a identidade visual do banco e capturas de tela falsas de pessoas que supostamente sacaram a quantia para conferir credibilidade ao golpe.
Passo a passo do golpe
- A página falsa solicita à vítima que informe seu número de CPF.
2. A página falsa informa à vítima todos os seus dados pessoais, como nome completo, CPF, RG e endereço. Essa informação é obtida de forma fraudulenta, por meio de vazamentos de dados ou de engenharia social.
3. A página falsa solicita à vítima que confirme seus dados pessoais e informe sua chave Pix para o recebimento dos valores.
4. A página falsa pergunta à vítima se deseja fazer o saque de imediato. Caso a vítima não aceite, o “saldo” será bloqueado. Essa informação é falsa, pois o BCB não bloqueia valores a receber.
5. A página falsa exibe um vídeo se passando pelo Banco Central do Brasil. O vídeo é falso e é usado para ludibriar a vítima.
6. A página falsa exibe um guia de pagamento com os nomes de “Tarifa Transicional”, “Contribuição Federal” e “Tarifa de Saque”. Essas tarifas são falsas e são usadas para enganar a vítima.
8. A página falsa direciona a vítima para uma página de pagamento, com depoimentos falsos, onde o golpe se concretiza.
Como se proteger:
Para se proteger desse golpe, é importante ficar atento aos seguintes pontos:
O BCB nunca envia links ou entra em contato com você para tratar sobre valores a receber.
O único site oficial do BCB é o https://valoresareceber.bcb.gov.br: https://valoresareceber.bcb.gov.br.
Não forneça seus dados pessoais a ninguém que você não conheça e confie.
Dicas adicionais:
Verifique a URL do site antes de clicar no link. O site oficial do BCB tem o endereço https://valoresareceber.bcb.gov.br.
Se você receber uma mensagem informando que tem valores a receber, entre no site oficial do BCB para confirmar.
Se você tiver dúvidas, entre em contato com o BCB pelo telefone 145.
Caso você tenha sido vítima do golpe.
Procure um advogado (a)
O advogado (a) irá avaliar o seu caso e orientá-lo sobre as medidas legais cabíveis, como a indenização por danos morais e materiais.
Fazer um boletim de ocorrência
O boletim de ocorrência é um documento oficial que registra o fato criminoso. Ele é importante para que a polícia possa investigar o caso e identificar os responsáveis pelo golpe.
Denunciar o anúncio patrocinado
Para denunciar o anúncio patrocinado, você pode seguir as instruções abaixo:
- No Instagram: Toque no anúncio e, em seguida, toque nos três pontos no canto superior direito da tela. Selecione “Denunciar” e, em seguida, selecione “É spam ou fraudulento”.
- No Facebook: Toque no anúncio e, em seguida, toque nos três pontos no canto superior direito da tela. Selecione “Denunciar” e, em seguida, selecione “É spam ou fraudulento”.
- No YouTube: Toque no anúncio e, em seguida, toque nos três pontos no canto superior direito da tela. Selecione “Denunciar” e, em seguida, selecione “É spam ou fraudulento”.
- No WhatsApp: Toque no anúncio e, em seguida, toque no ícone de compartilhamento. Selecione “Denunciar”.
Ao denunciar o anúncio, você estará ajudando a impedir que outras pessoas sejam vítimas do golpe.
Rádio Difusora FM 104.7, com informações da Agência Brasil/ JusBrasil