Na tarde desta quarta-feira,10, a Delegada de Policia Civil de Paranaguá Maluhá Soares convocou uma entrevista coletiva para detalhar a prisão de Milton dos Santos, ex-vereador de Matinhos, por envolvimento em um acidente de trânsito registrado no último dia 3 de agosto, onde um casal acabou morrendo atropelado pela caminhonete conduzida por ele.
Sobre o acidente. “O acidente ocorreu no dia 3 de agosto deste ano, na rodovia, aqui em Paranaguá, e ao longo das diligências realizadas durante esse pouco mais de um mês, desde a data do acidente, nós conseguimos identificar o condutor do veículo que provocou a morte de um casal que estava pilotando uma bicicleta na hora do acidente, infelizmente esse casal veio a óbito. Nós identificamos o condutor do veículo que se envolveu nesse acidente, e a partir daí nós começamos as diligências a fim de apurar as causas, as circunstâncias desse acidente. Nós conseguimos verificar que esse sujeito muito provavelmente ingeriu bebida alcoólica antes de conduzir o veículo, então muito provavelmente ele estava embriagado na direção de veículo automotor. E verificamos também que ele estava com a senha. Caçada há anos então ele nem poderia estar dirigindo né é um fato importante a ser mencionado aqui verificamos também por meio de testemunhas e câmeras de segurança que ele estava dirigindo em uma velocidade incompatível com a via então estava dirigindo em alta velocidade na rua do via e também um agravante da situação é que ele não permaneceu no local logo após o acidente logo após o acidente ele saiu do local né ele chegou a ir em algumas em alguns locais ali próximo da rodovia ele foi em igreja pra procurar ajuda enfim chegou a ir em outros lugares ali mas depois ali ele não permaneceu no local ele acabou indo embora e apenas se apresentou aqui na delegacia alguns dias após o acidente então todos esses elementos que foram produzidos durante o policial nós ouvimos diversas testemunhas várias pessoas que encontraram com o condutor do veículo após o acidente ouvimos as pessoas envolvidas as pessoas. Pessoas que estavam com ele dentro do veículo também, ouvimos elas, e tudo isso foram angariados vários elementos para a gente poder representar pela prisão preventiva dele. A partir daí foi concedida a prisão preventiva e nós efetuamos a prisão na data de ontem na cidade de Pontal da Paraná em um estabelecimento que é de propriedade do suspeito”.
Sobre os elementos usados para a prisão do ex-parlamentar. “Foram vários elementos, né? Como eu disse, testemunhas, várias testemunhas foram ouvidas, se não me engano, acho que ao todo foram mais de 10 oitivas ao longo do inquérito, se não me engano ainda tem mais oitivas para serem feitas, o inquérito não foi concluído ainda, né? É bom ressaltar isso. Então várias pessoas foram ouvidas, laudos periciais também, né? Os peritos criminais compareceram no local no dia do acidente, então os laudos periciais conseguiram embasar, né? Conseguiram embasar como que foi o acidente, né? Como que se deu ali a dinâmica do acidente. Câmeras de segurança também, nós conseguimos câmeras de segurança do local em que esse sujeito se encontrava antes de entrar no veículo e provocar esse acidente e essas câmeras constataram que muito provavelmente eles estavam ingerindo bebida alcoólica durante a tarde toda, né? O acidente foi à noite e durante ele passou a tarde em um estabelecimento aqui em Paranaguá e durante a tarde toda. Ele ingeriu bebida alcoólica, então as câmaras de segurança também corroboraram todo esse contexto de que ele agiu não só com uma imprudência, né? É bom a gente ressaltar isso porque as mortes no trânsito normalmente elas se enquadram como homicídio cuposo no trânsito e o homicídio cuposo ele se dá quando há alguma conduta imprudente ou negligente ali na direção de veículo automotor, mas quando há uma série de elementos como esses, né, embriaguez, fuga do local do ocidente, CNH caçada, velocidade incompatível com a via, todos esses elementos dão a entender de que a pessoa não só agiu com imprudência, ela assumiu o risco de produzir o resultado da morte dessas pessoas, então existem fortes indícios de um dolo eventual e ele pode mesmo responder não por homicídio cuposo, mas por homicídio doloso mesmo. Então, vamos aguardar o curso do processo, como eu disse ainda há diligências a ser. Feitas, laos periciais, laudo no veículo, ainda está pendente de conclusão. Vamos aguardar aí para ver a conclusão pericial sobre isso e vamos ver como que vai ser o curso do processo, se ele realmente vai responder para homicídio do uso ou para homicídio cuposo no trânsito”.
Sobre o estado de saúde das outras duas vítimas do acidente. “Nós apuramos que dentro da caminhonete, que esse sujeito dirigia, havia mais duas pessoas. Um deles está bem, não houve lesões, nem nada, aparentemente. Agora a terceira pessoa que estava com ele no veículo permaneceu internada por vários dias. Se não me engano, por mais de 15 dias essa pessoa ficou internada. Ela precisou passar para uma cirurgia nas vértebras. Então ficou com lesões graves em decorrência desse acidente. Mas agora passa bem, não corre risco de vida. Inclusive ela já prestou o depoimento dela, já foi ouvida. E também ele pode responder por lesão grave em relação a essa pessoa que ficou internada e passou por cirurgia”.
A Delegada também falou sobre os trabalhos da Polícia Civil nesta ocorrência. “Sim, desde que nós tomamos conhecimento desse acidente, principalmente por ser um caso que comoveu muito a sociedade, nós estamos falando de duas vidas inocentes que foram tiradas em questão de segundos, por um acidente de trânsito. Então nós já angariamos diligências ali, logo já no dia seguinte dos fatos, para tentar resolver e elucidar a dinâmica desse acidente o mais rápido possível. Então conseguimos arrolar diversas testemunhas, não é fácil identificar todas as testemunhas envolvidas, algumas pessoas inclusive às vezes não querem depor na delegacia, tem um certo receio, então nós conseguimos identificar diversas testemunhas que puderam dar para a gente uma dimensão para se aproximar do mais real possível de como que foi, de como que aconteceu esse acidente. Os investigadores também se dirigiram até o local do acidente, foram ao estabelecimento. Em que o condutor estava momentos antes do acidente para tentar coletar as câmaras de segurança lá. Câmaras de segurança da rodovia também foram verificadas. Então, sim, várias diligências foram feitas durante esse tempo aqui para a gente conseguir coletar provas para pedir prisão preventiva. Eu acho bom ressaltar aqui aproveitando a oportunidade Muitas pessoas acham que é fácil a gente conseguir prisão por um acidente de trânsito e não é fácil porque muitas vezes realmente estamos falando de uma fatalidade. Às vezes a pessoa não agiu, às vezes é culpa exclusiva da vítima. Enfim, várias nuances ali para a gente conseguir elucidar como que se deu um acidente de trânsito. E nesse caso nós conseguimos identificar várias coisas que fizeram com que dessem um contexto de que esse condutor não agiu com imprudência. Então, nós conseguimos angariar todas essas provas e representar pela prisão preventiva dele”.
Sobre uma moto citada pelo ex-vereador em seu depoimento. “Sobre essa questão da moto, ele cita mesmo que ele se assustou porque uma moto invadiu a pista e isso que acabou provocando o acidente. Sobre essa moto, nós não identificamos nenhuma moto envolvida nesse acidente, foi apenas o veículo dele e a bicicleta, essa moto não foi identificada, mas houve uma testemunha que foi ouvida que falou que viu essa moto na via realmente, mas que não foi da forma como o suspeito disse. Essa moto não invadiu a pista, então ainda ficou pendente essa situação, porque nós não identificamos nem o condutor dessa moto e nem qual moto seria. Então nem os policiais que compareceram lá no local, no dia do acidente, os policiais militares que estavam lá, eles também não identificaram nenhuma moto envolvida, então se houve uma moto que se envolveu nesse acidente, ela não foi identificada até então. Pode ser que daqui para frente. Nós conseguimos identificar quem é esse motorista, mas não conseguimos identificar. Quanto a questão dele falar que não ingeriu bebida alcoólica, pelo fato dele ser diabético inclusive, quando ele disse isso nós começamos a apurar, né, dali pra frente se realmente procedia essa versão apresentada pelo suspeito, mas há fortes indícios de que não procede essa situação. Inclusive a pessoa que estava com ele nesse estabelecimento confirmou que ele ingeriu bebida alcoólica”.
Ela também destacou o tempo entre a expedição do mandado e a prisão de Milton dos Santos. “Foi pouco tempo. Eu acho que o mandado foi expedido na última sexta-feira, então foi pouco tempo”.
E destacou a sequência das diligências. “Bom, então, ainda há diligências em andamento, né, como eu disse, laudos periciais a serem ouvidos, testemunhas ainda faltam para serem ouvidas aqui para frente, né, então agora ele responde o processo preso, né, antes ele estava respondendo em liberdade, a diferença é que agora ele responde preso, enquanto o judiciário entender que há requisitos para permanecer com a prisão preventiva, ele vai permanecer, agora depende do Ministério Público do Judiciário se a questão dele permanecer preso daqui em diante, respondendo o processo em liberdade ou se ele continua respondendo o processo preso daqui em diante”.
Milton dos Santos ocorreu na noite da última terça-feira, 9, em Pontal do Paraná.






