No Brasil, duas em cada dez mulheres (21%) já foram ameaçadas de morte por parceiros atuais ou ex-parceiros românticos e seis em cada dez conhecem alguma que vivenciou essa situação. Em ambos os casos, as mulheres negras (pretas e pardas) aparecem em maior número.
Os dados são da pesquisa Medo, ameaça e risco: percepções e vivências das mulheres sobre violência doméstica e feminicídio, realizada pelo Instituto Patrícia Galvão e pela empresa Consulting do Brasil.
O levantamento mostra ainda que seis em cada dez mulheres ameaçadas romperam com o agressor, após a intimidação, sendo essa decisão mais comum entre as vítimas negras do que entre as brancas. A pesquisa, divulgado nesta segunda-feira (25), contou com o apoio do Ministério das Mulheres e viabilizado por uma emenda da deputada federal Luiza Erundina (PSOL-SP).
Como encontrar informações e pedir ajuda
A versão completa da pesquisa pode ser lida no site do Instituto Patrícia Galvão, onde também é possível encontrar dados sobre os diversos tipos de violência.
Há, ainda, diversas formas de pedir socorro, caso seja necessário. Entre elas, o telefone 180, específico para atender vítimas de violência doméstica, as delegacias especializadas no atendimento à mulher e a Casa da Mulher Brasileira, que tem dez unidades espalhadas pelo país (Campo Grande; Fortaleza; Ceilândia, no Distrito Federal; Curitiba; São Luís; Boa Vista; São Paulo; Salvador; Teresina; e Ananindeua, no Pará.
Em Paranaguá existe a Patrulha Maria da Penha, uma extensão da Guarda Civil Municipal, atualmente coordenada pela GCM Márcia Garcia.
A Patrulha atua fortemente contra a violência em mulheres, a GCM Márcia Garcia contou um pouco sobre os trabalhos da Patrulha Maria da Penha em Paranaguá.
Senado aprova plano para combate integrado à violência contra a mulher.
O Senado Federal aprovou no dia 09 de abril de 2024, o Projeto de Lei 501/2019, que prevê a criação de um plano de metas de estados, Distrito Federal e municípios para o enfrentamento integrado da violência contra a mulher. A proposta também determina a criação da Rede Estadual de Enfrentamento da Violência contra a Mulher e da Rede de Atendimento à Mulher em Situação de Violência.
As metas deverão conter ações necessárias para a prevenção da violência contra a mulher e a atenção humanizada para quem estiver em situação de violência, bem como aos seus dependentes.
A matéria, já aprovada pela Câmara dos Deputados, recebeu parecer favorável da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado. Por ter alterações, a matéria retorna para apreciação na Câmara.
Saiba reconhecer os sinais dos seis principais tipos de violência contra a mulher.
1) Violência psicológica: ocorre quando o agressor isola a vítima, humilhando-a diante de outras pessoas e fazendo chantagens emocionais;
2) Violência moral: quando o agressor tenta interferir nas escolhas pessoais da vítima, faz acusações de traição e expõe a vida íntima para destruir a reputação dela;
3) Violência patrimonial: nesse tipo de agressão, a vítima tem seus documentos rasgados ou confiscados e material de trabalho ou objetos pessoais destruídos. Além disso, o agressor também tenta controlar o dinheiro da vítima, restringe o uso ao carro da família ou, em caso de relacionamento separado, deixa de pagar a pensão;
4) Violência física: ocorre quando existe uma agressão ao corpo da vítima, desde um empurrão, um aperto no braço ou pescoço, até um golpe físico mais forte;
5) Violência sexual: quando, na tentativa de consumar um ato sexual indesejado ou insinuações sexuais indesejada, o agressor usa a força, de ameaça ou desrespeito à vontade da vítima de parar;
6) Violência no ambiente virtual: quando há o compartilhamento de uma foto ou vídeo íntimo sem consentimento da vítima, ou uma difamação pública.
Vale ressaltar que nem sempre essas violências são cometidas num relacionamento afetivo; elas podem estar presentes em outros tipos de relação também, como familiar ou de uma amizade.
Ao passar por qualquer agressão, a vítima deve procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima de sua residência para receber o primeiro atendimento e a orientação adequada. Fazer o boletim de ocorrência não é obrigatório, mas é uma recomendação importante para auxiliar a capital a combater os casos de violência contra a mulher e encorajar outras vítimas a denunciar também.
Na UBS, a vítima poderá receber apoio do Núcleo de Prevenção à Violência, uma área especializada que conta com uma série de profissionais preparados para orientar e realizar o encaminhamento para uma rede com centros de apoio psicológico, social, jurídico e de qualificação profissional.