No projeto “Ilha, Arte e Palhaçaria”, uma embarcação cruza as águas de Paranaguá levando a arte da palhaçaria às comunidades insulares do litoral do Paraná. Nesta segunda edição, estão previstas 34 apresentações em um roteiro que contempla dez ilhas: Amparo, Valadares, Cotinga, Teixeira, Piaçaguera, Ponta de Ubá, São Miguel, Rasa, das Peças e do Mel. Em cada parada, o grupo se apresenta em escolas, praças e espaços comunitários, promovendo espetáculos gratuitos que despertam reflexões sobre meio ambiente e identidade cultural.
Durante a primeira edição, realizada em 2023, as apresentações foram marcadas por histórias de vida, trocas culturais e aprendizados sobre os tempos das marés e os modos de vida das ilhas. Com a estimativa de alcançar cerca de 2 mil pessoas, o espetáculo atual ganhou o formato de uma missão cômica e investigativa, na qual os palhaços percorrem as ilhas em busca de soluções para os impactos da poluição e da má gestão do lixo.
Já a escolha dos locais segue um critério claro: são comunidades historicamente afastadas de programações culturais, muitas com difícil acesso e pouca presença de políticas públicas. “A dramaturgia convida o público a refletir sobre sustentabilidade de maneira leve e participativa, envolvendo crianças, jovens e adultos num espaço de diálogo intergeracional. Muitos nunca tiveram contato com esse tipo de espetáculo, e isso cria uma conexão muito poderosa”, destaca Flávia Bertoldi, diretora de produção do projeto.
Segundo ela, a parceria com a TCP tem sido essencial para viabilizar o circuito. O apoio, por meio da Lei Rouanet, garante a logística do projeto e amplia o acesso à arte em regiões afastadas. “Levar um espetáculo até esses territórios é mais do que uma ação artística — é garantir o direito ao riso, à escuta e ao encontro” completa.